Como o frio afeta a cadeia de abastecimento de frutas no Brasil

O inverno no Brasil é relativamente brando em comparação a outros países, mas seus impactos sobre a cadeia de frutas são relevantes — e muitas vezes subestimados. Quedas de temperatura, aumento da umidade, neblina nas estradas e alterações no padrão de consumo transformam completamente a operação logística, da colheita à gôndola.

Neste artigo, mostramos como o frio afeta a distribuição de frutas frescas e por que a gestão eficiente nesse período pode se tornar um diferencial competitivo, especialmente para distribuidores e varejistas do canal B2B.

Mudanças climáticas e ritmo da colheita

A primeira alteração da cadeia ocorre no campo. Em regiões produtoras como Sul de Minas, Vale do Paraíba, Alto Tietê e Serra Gaúcha, o frio mais intenso pode desacelerar o crescimento das frutas, atrasar colheitas e reduzir a produtividade em alguns cultivos.

Frutas como mamão, manga e abacaxi, típicas de clima quente, sofrem mais com a redução de temperatura. Já frutas como maçã, morango, banana, pera e caqui mantêm boa performance no inverno, mas exigem colheita cuidadosa para evitar perda de qualidade.

🔹 Segundo a Embrapa, as perdas pós-colheita de frutas podem aumentar em até 18% durante o inverno em regiões onde a colheita é feita manualmente sob neblina ou solo úmido.

Transporte e armazenagem: o que muda com o frio?

O frio prolonga o tempo de vida útil de muitas frutas — o que parece, à primeira vista, uma vantagem. No entanto, essa percepção esconde desafios operacionais importantes.

Com o aumento da umidade do ar e a oscilação térmica entre dia e noite, há maior risco de condensação dentro de caminhões, o que favorece o aparecimento de fungos e bolores. Além disso, frutas que estavam em temperatura ambiente e entram diretamente em ambientes refrigerados sofrem choque térmico, afetando textura e aparência.

Boas práticas no transporte de frutas no inverno incluem:

  • Monitoramento constante da umidade relativa do ar;
  • Redução de exposição ao ar externo no momento da carga/descarga;
  • Programação de rotas mais curtas para frutas delicadas, como o morango.

📌 A CEAGESP alerta que os meses de junho e julho concentram maior incidência de reclamações sobre frutas danificadas por condensação, sobretudo nas categorias premium.

Abastecimento: menor giro, maior exigência

No inverno, o giro de frutas in natura costuma diminuir nos pontos de venda. Dados do CEPEA mostram uma retração média de 10% a 15% nas vendas diretas de FLV durante junho e julho, principalmente entre frutas tropicais.

Com menor giro, o varejo exige:

  • Maior padronização de lotes;
  • Frutas com vida útil estendida;
  • Previsibilidade na entrega, para evitar sobras e quebras.

🔍 Distribuidores que operam com controle de temperatura, rastreabilidade e seleção rigorosa conseguem atender a essas exigências e manter a confiabilidade da marca fornecedora.

O papel da inteligência logística

Diante desses fatores, a inteligência logística se torna peça-chave. A escolha das rotas, o controle climático dos ambientes, a comunicação com o ponto de venda e o cuidado com a embalagem fazem toda a diferença entre lucro e perda.

O Grupo NOTRIA opera com sistemas que integram rastreabilidade, armazenagem refrigerada e roteirização dinâmica — o que permite entregar frutas no ponto ideal, mesmo em condições adversas de clima e deslocamento. Isso garante que redes varejistas, hortifrutis e restaurantes tenham acesso a frutas com alto padrão, mesmo no inverno.

O frio não congela apenas a paisagem — ele transforma toda a dinâmica de abastecimento de frutas no Brasil. Da colheita à entrega, cada etapa exige mais precisão, planejamento e tecnologia. Quem entende essa realidade e investe em logística inteligente se destaca no mercado, mesmo na estação mais desafiadora do ano.

O Grupo NOTRIA entende o tempo da fruta — e também o tempo do mercado. E é por isso que, mesmo quando o frio aperta, ela continua entregando qualidade, consistência e confiança.